As
condições de abate do rebanho bovino e suíno em todo o país tem sido motivo de
preocupação por parte das autoridades sanitárias de todos os estados. Entretanto
isto ainda não se refletiu em medidas mais contundentes que culminem na efetiva
promoção de uma fiscalização mais rigorosa e frequente das instalações dos
estabelecimentos existentes em Goiás.
A
população por sua vez acaba ficando exposta a mais de dez tipos de doenças
graves capazes de levar os seres humanos à morte, como, por exemplo: teníase,
cisticercose, fasciolose, toxoplasmose, brucelose, botulismo, listeriose,
salmonelose, tuberculose, hidatidose.
A
presença de veterinários, exigida pelo RIISPOA (Regulamento da Inspeção
Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal), e a avaliação do animal
antes e depois da morte são ignoradas na maior parte dos casos, tendo sido
frequente o relato de pressões para que estes profissionais não exerçam suas
funções com o rigor necessário preconizado pela lei.
Ao
final de um processo, ocorrido em condições inadequadas de fiscalização e precárias
de abate, quem ficará com a conta, e provavelmente alguma doença, será o
consumidor, que acabará por ingerir alimentos infectados e que deveriam ter
sido jogados no lixo.
A
Vigilância Sanitária de Itumbiara tem sido cobrada diariamente, contudo as suas
atribuições na fiscalização destes produtos somente podem se dar à partir da verificação
das condições em que a carne está sendo comercializada nos pontos de venda, como
nos açougues e supermercados, observando a higiene do local, a temperatura de
conservação e conduta dos manipuladores na dispensação aos consumidores.
Todas
as etapas anteriores à chegada da carne no ponto de venda são atribuições da
Agrodefesa e MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). E são estas etapas, anteriores à chegada da
carne ao ponto de venda, as que mais preocupam e onde tem se observado as
maiores irregularidades, principalmente aquelas relacionadas à fiscalização da sanidade
do animal abatido e as condições higiênico-sanitárias dos locais onde isto é
realizado.
Em
nossa região a situação está longe do ideal, desta forma todos os responsáveis
como a Agrodefesa, MAPA, Vigilância Sanitária, Ammai, Procon, Ministério Público e proprietários de frigoríficos, açougues e
supermercados deverão ser chamados a participar da discussão deste problema, com
a finalidade de assegurar a oferta de produtos de qualidade e sem riscos à
saúde de nossa população.
Dr.
Hebert Andrade Ribeiro Filho
Diretor
de Vigilância Sanitária de Itumbiara